Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

15.3.05

Três

Hoje estive o dia todo com o número 3 a encher-me as ideias (vejam lá o tamanho do meu cérebro... :oD). Poderia ter sido outro número qq, mas foi o 3, não sei lá porquê. Sei que é um número cheio de significado e associações divinas.
Fui fazer umas pesquisas acerca e encontrei maioritáriamente associações ao catolicismo: " O número 3 é próprio do mistério da Santíssima Trindade... 'Três são os que dão testemunho'... também representa o mistério da Paixão, Sepultamento e Ressurreição do Senhor... 'Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia ressuscitar-nos-á e viveremos'... O 3 significa ainda os três tempos: o primeiro, antes da lei; o segundo, sob a Antiga Lei, e o terceiro, sob a graça... O 3 representa também as três formas do agir humano para o bem ou para o mal: pensamentos, palavras e obras... 'Se alguém edifica sobre este fundamento: com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas; com madeira, ou com feno, ou com palha'... O 3 mostra ainda o tríplice modo de os fiéis professarem sua fé: como clérigos, monges ou no casamento...".
Eu por mim fico-me com o dizer do povo: "Três é a conta que Deus fez" ou "À Terceira é de vez". E assim sendo (e porque o amor é sempre referência de ordem neste blog [alguém já me disse que procuro incessantemente alguma coisa, quem sabe o amor...]), termino com a letra de uma música que tem tudo a ver com este número mágico:
"O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não.
O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração."
Chico Buarque - Teresinha
Bjs, M.