Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

8.3.05

Dia Internacional da Mulher

Ainda pensei duas vezes antes de escrever qq coisa acerca deste dia 8 dedicado à Mulher, mas cumprindo a tradição de coisas que tenho escrito dedicadas a outros dias de alguma coisa.
Lancei-me em em busca de alguma coisa que me desse um bom tema de escrita. Não chegeui a nenhuma conclusão brilhante mas descobri a origem da data. Porquê dia 8? Porque neste dia, deste mês, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de NYC entraram em greve ocupando a fábrica para reivindicar a redução do horário de trabalho p/ 10 horas diárias (já que trabalhavam mais de 16 h/dia recebendo menos de 1/3 do salário dos homens). Na sequência da greve, essas mulheres foram fechadas na fábrica onde, entretanto, deflagrou um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910 (note-se que foi no ano em que Portugal passava a República), numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, decidiu-se comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher", homenageando as mulheres vítimas da tragédia de 1857.
E pronto, explicação dada. É um dia que me faz andar em contradição; por um lado acho que é óptimo que se dê às mulheres o devido valor, mas caio no lugar comum de dizer que deveria ser todos os dias (como o natal. LOL). Este dia soa-me a uma espécie de remorso por anos de castração feminina. Enfim, não quero com isto dizer que não gostei dos mimos que algumas pessoas me deram o dia inteiro... ;o). Obrigada.Por outro lado, se as mulheres reclamam tanto por igualdade, pq raio é que se há-de comemorar o dia da Mulher, se não existe um dia de Homem?!?!?
Hoje li um texto do qual reti algumas frases que ficaram a tilintar-me na cabeça. Deixo um trecho:
"... O dia da mulher não significa condescendência, mas o reconhecimento da necessidade de tratar de forma igual o que é igual (direitos e deveres sociais, jurídicos e políticos) e de forma diferente o que é diferente (o direito e a necessidade da diferença para que sejamos todos mais completos). Mães, namoradas, amigas, amantes, eudcadoras, seja lá quem forem: no dia em que a igualdade perante o Estado de Direito for efectiva, então justifica-se o fim deste dia. Até lá, recorda-se a metade do mundo que tem direito a isso mesmo. A ser metade. Nem mais nem menos. Igual."
A ter que dedicar este dia a alguém que se destaque no meu universo feminino, faço-o à minha mãe; não por polimento (como diria a V.) mas porque, apesar de alguns defeitos que lhe encontro, a vejo como uma mulher com F grande (Forte, Fenomenal, Formidável...).
Beijos, M.