Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

17.4.05

Interrogação

O dia esteve farrusquento hj. Os Domingos já são per si dias quietos (os meus pelo menos); assim chuvosos dão uma moleza no corpo...
Novidade boa: E. & A. darão o nó no próximo Abril. Com direito a anelinho e tudo hã E.?! Toleirona. O "bébé" esmerou-se!!! Eu, fiquei mto feliz. Obgda mais uma vez pela companhia.
Não estou com grande vontade de escrever hoje, talvez pq não tenha mto para dizer. Às vezes só me lembro das coisas à noite, de cabeça enterrada na almofada. Qd assim é fica sempre bem "postar" um poema e rematar em gde, com a mania de que se é gde intelectualóide...
"Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor, será talvez o começo.
Eu não sei que mudança a minha alma pressente.
Amor, não sei se o é
Mas sei que estremeço, que adoecia, talvez,
De te saber doente...”
"Interrogação" - Camilo de Pessanha
M.