Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

12.1.05

Porquê?!

Hj o dia acordou mais triste do que mtos outros. Não para mim particular ou directamente, mas para alguém a cuja presença me habituei. Faleceu a mãe de uma colega de trabalho que, embora não seja uma pessoa com a qual costumo privar, é uma pessoa com a qual me habituei a conviver. E é sobretudo uma mulher; uma mulher-filha, tal como eu...
Não consigo sequer suportar a ideia de estar numa situação como a da S.. Mtas vezes não nos passa pela cabeça que a qualquer momento uma situação idêntica pode acontecer com qualquer pessoa, de qualquer idade, estrato ou credo quando menos se espera. Sei que é um "lugar comum", mas é a realidade. Custa a aceitar que assim seja. Mtas vezes não dizemos a quem nos é mais querido tudo o que queriamos ter dito, pq há (maus) hábitos cultivados, pq é difícil mudá-los e falar de "sentimentos exdrúxulos" (como diria Pessoa)... E os porquês ficam a martelar vezes sem conta os pensamentos.
Citando Carlos Drummond de Andrade, adaptei:
"Tenho Amigos que não sabem o quanto são meus Amigos. Não sabem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido os meus amores, mas enlouqueceria se morressem os meus Amigos... Basta-me saber que eles existem. Esta mera condição ajuda-me a seguir em frente pela vida... Como me são necessários, como são indespensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles... tornaram-se os alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, ficarei torto para um lado. Se morrerem os dois, desabo!"
O meu pensamento de hj está com a S. e (perdoem-me o egoísmo) cmg mesma e com os que amo. Porque a morte deixa sempre um "Porquê?!".
Bjs, M.