Sweet Old 80's - IV
E lá vou eu de fim-de-semana. Parece-me o derradeiro... A ver!
M.
"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa
E lá vou eu de fim-de-semana. Parece-me o derradeiro... A ver!
M.
Tudo operacional não fosse o stress da coisa (eu tremia estupidamente que nem varas verdes) e pressa para a sessão de cinema daí a 5 minutos...
Em cartaz estiveram:
Quelques Jours en Setembre
e
Havana - The Lost City
em duas perspectivas diferentes, de momentos da história mundial. Gostei muito dos dois. Não consigo ficar indiferente aos ritmos latinos; é mais forte que eu. É a isso e ao Andy Garcia... :) M.
Coisas boas da minha vidinha são, por exemplo, os momentos que as pessoas que me querem bem me permitem partilhar consigo. E têm sido elas a minha tábua de salvação. Às vezes até andam pelos meus pés e só por isso sinto-lhes gratidão. São pessoas com histórias e vidas e almas; com corações do tamanho de grandes casas senhoriais brasonadas que me albergam sem pudores nem constrangimentos. Vou ser a tia dos meus sobrinhos de coração mais babada que consigo. Maria e Rodrigo. Nascem no frio para nos aquecer as vidas!
Maria: do hebraico senhora soberana, a estrela do mar, a eleita. Nome que indica serenidade, força vital e vontade de viver. É caseira e muito rigorosa com os próprios erros. Tem grandes ambições. É meiga e dedicada. A teimosia é o seu único defeito.
Rodrigo: do alemão "famoso pela glória", significa rei famoso e indica uma pessoa sincera e leal. Dá muita atenção aos pormenores sendo muito minucioso e exacto. Tenta que a sua vida seja igual à sua casa, ou seja, muito limpa, arrumada e organizada. A sua ambição é ser bem sucedido na vida e para isso vai usar a sua elegância, sedução e encanto.
Estou em ânsia! M.
Your Driving Is is: 48% Male, 52% Female |
According to studies, you drive both like a guy and a girl. This means you're a pretty average driver, with typical quirks. Occasionally you're frustrated and/or a little reckless, but that's the exception - not the norm. |
Tem piada...
M.
De visita (indesejada) ao Centro de Saúde de Sete Rios à hora do SAP, assisti à cena que validou as frases-feitas por Velhos do Restelo do país.
Passados segundos depois de mãe e filha-de-aí-uns-7-anos-não-sei-com-que-maleita terem entrado na consulta, a médica saiu porta fora e estabeleceu a conversa com a senhora do guiché (e sempre simpáticas e cheias de boa vontade que elas são...): - Não há uma laterna?! Precio de uma lanterna. - Não doutora. Não há lanternas. - Mas não há ninguém que tenha uma lanterna ou um (qualquer-coisa-que-não-esteto)scópio? - Não. O centro não tem. Já se pediu para comprar, mas... - Então e agora como é que é suposto eu examinar a criança?! Na sala de espera, quem estava - mesmo doente - esboçou um sorriso meio incrédulo, em jeito de aceno indignado de cabeça. Será possível? M.
Não tenho pretensões de ser grande scriba e já por isso gosto de coisas que às vezes leio, escritas por pessoas a quem reconheço a capacidade de brilharem com as palavras. E encontro sempre quem me conte numa frase, numa poesia ou num pedaço de texto. Este, do qual plagiei alguns trechos, faz-me mais sentido que nunca. É como se quem o escreveu tivesse estado a viver dentro de mim por estes dias; por estes meses...
"... Tudo passa. O tempo parece que gesticula e aplica um truque de entorpecimento. Uma espécie de analgésico e anti-inflamatório de lentíssima mas segura acção.
Mas a verdade é que esta espécie de determinismo, de certeza absoluta assente nas qualidades dormentes do tempo, tem falhas. Porque o tempo também tem esta faculdade de dobrar-se e passar por cima de si mesmo. E se os instantes são únicos, e irrepetíveis, o mesmo não se poderá dizer do seu significado quando o tempo passa pelo mesmo local.
Julgo que a perda é passível de ser mascarada. Mas não passa. Não se esconde quando a memória é forçada a emergir perante o reconhecimento. E as recordações são péssimas visitas. São uma corja; parcelas mal educadas de tempo passado que resolvem dar as caras e mostrar as histórias...
E o tempo, ao passar por lá, traz-nos a importância de coisas que ficaram paradas em circuitos passados. Traz-nos os detalhes, a inevitável pergunta acerca do estado de coisas. Traz-nos os aromas de uma tranquilidade feita do que batia certo, do que nos constituia, e a real percepção intransmissível de uma dor pessoal, como no fundo, acabam por ser todas...
... Não há como expressar o toque certeiro de um aroma num instante que significou o mundo para nós, e apenas um detalhe para todos os outros. E fica então a expressão de uma solidão profunda...
Ser roubado de algo assim, tem sempre o sabor da injustiça, que é coisa má e complicada de erradicar... Quem fez parte da carne não pode partir nunca. E essa consciência está ali, nos amores que se têm que abafar pela sobrevivência contínua da pessoa em si, mas que nunca desaparecem, sob pena de injustiçar o que foi tudo a certa altura.
... Talvez tudo se rearranje. Se harmonize... Não há como explicar ao tempo que não aceitamos a panaceia que tem para nos explicar mal a perda do que parecia ser tudo...
Tudo passa, dizem.
Mas esquecem-se de uma coisa.
Ficamos nós.
E nós somos feitos de tudo o que nos constituiu, e não há tempo que explique que quem fez parte da carne não pode partir nunca...
Afinal de contas o que são as saudades senão a incompetência lenta do tempo reparador? Tudo passa? Não, nem tudo. Talvez seja melhor assim..."
Obrigada.
M.
PS - Parabéns a 2 pessoas também brilhantes... ;)
As férias acabaram. Melhor do que começaram. Ferreira do Zêzere continua a trazer-me reboliço; demasiado... Estes 4 dias foram absolutamente indispensáveis e importantes. A terra de sempre traz-me as memórias de sempre. Actualizadas. O Duarte é maravilhoso, perfeitinho e sossegado. O Ben está lindo como sempre.
O Outono chegou a marcar afincadamente presença. O cheiro a terra molhada é das melhores coisas.
Amanhã regresso à labuta. Sem apetites. M.
... já dizia o Arnaldo (aka Arnaldão) no ido ano de 84. :)
Vou dar cabo dos últimos dias de férias e sigo até à minha terra de adopção. Voltarei (ainda que sem vontade) no dia do descanso.
M.
O sr. Paulo Portas foi entrevistado pela Clara de Sousa. Na televisão. A meio de uma frase cujo o contexto nem sequer recordo, o sr. Paulo Portas saiu-se com um "... no sentido prejorativo...". Fiquei doente.
O sr. Paulo Portas tem que começar a ver o programa novo do Diogo Infante. Dá no canal 1 e chama-se "Cuidado com a Língua".
Promete sr. Paulo Portas? Sim? Obrigada.
M.
Bajoujo é uma palavra nova que aprendi para designar lamechas. É gira. Ba-jou-jo. É o que é este blog e eu mesma; ambos grandes poços de bajoujice (será assim que isto se escreve? Se diz?).
Há dias piores, é certo, mas ultimamente são uma constante. Hoje é um desses que dizem, de memórias... Os fantasmas deram as mãos em ciranda. Circulo fechado. São antigos mas presentes e é isso que me confunde, me desasossega. Há exactamente 16 anos, o meu T0 recebia um inquilino diferente. De todos. De tudo. A dada altura, rescindiu o contrato celebrado e foi-se embora. Só que ainda cá mora, ou melhor, deixou por cá uma série de coisas que nunca levará consigo. Para onde quer que vá. Era uma 4ª feira de férias e estava calor naquele jardim onde a tarde foi pequena demais para nós.
He'll look at me and smile
Maybe I shall meet him Sunday
He'll build a little home
M.
Fui à Luz. Ah, pois!
O jogo não foi brilhante, pois não foi, mas mandámos os ilhéus de volta para o bailhinho e para os filhetes com banana.
Ao vivo é outra coisa! :)
M.
Psiu... fecha os olhos. Dá-me a mão e permite-te reaprender a sonhar. Vamos partilhar-nos e encher a barriga de cumplicidades. Estou com saudades tuas... M.
Ontem esteve um dia mortiço, daqueles tipo os de Outono/Inverno em que apetece estar em casa, enroscada no sofá - eu até tive direito a chá de jasmim e tudo - a fazer ginástica de comando.
E percebi que a tvi está doente. Talvez não seja de agora, mas para mim é notório que está a sofrer de uma moranguite aguda gravíssima, em estado avançado; dá Morangos com Açucar a toda a hora, série antiga, série nova, dá à tarde, repete à noite... Atenção, não estou hipocritamente a falar mal. Eu espreito a onda morangos quando calha e até me divirto. Não precisa é de ser a todo instante!!! Valha-nos a Cabo. E hoje é um dia especial. Há alguns anos atrás (vamos manter a discrição) nascia o meu querido PEC para, anos mais tarde e entre outras coisas, entrar na minha vida e preenchê-la um pouco mais. Amori, feliz aniversário e um obrigado gigante grafitado nas paredes de mim. :) M.
Sempre achei a solidão uma coisa muito pessoal, muito de nós. Justamente quando começava a libertar-me dela pelos dias agitados que me trouxeste, devolveste-me o silêncio outra vez. Incoerentemente.
Só nas minhas mãos
M.
Depois de um fim-de-semana feito às três pancadas e até certo ponto frustrado, regressei a Lisboa para me aperceber que andava há dois meses sem inspecção no meu martãomobile, o que não se revelou um azar no valor de 50 contos porque o meu anjo da guarda tem asas compridas.
A vantagem que tenho é que o pai M. é mestre e que o meu bólide já está de novo legal, com alguns upgrades e, ao que parece, de carinha lavada. A desvantagem é eu ainda não saber qual será a soma do (re)tratamento.
Não bastando, o estupor do cavalo voltou a aparecer-me em forma de virus e disfarçado com um pseudónimo. Apesar de tudo, aqui a luta foi vencida por mim; vi-me Grega para o eliminar do computador. Mas consegui. Está feito!
E hoje a pergunta a que muitos respondem e que, por aqui, já não é novidade: eu, estava no Carvoeiro e ligava a televisão minutos antes do 2º avião embater no WTC.
Lembro-me de ter tido a clara noção de que estava a ser testemunha de uma viragem na história mundial. E é o que repito todos os anos desde há 5.
E vocês, onde é que estavam no 11 de Setembro de 2001?
M.
... que é como quem diz:
ferien
vacaciones
vacances
vacanze
"Quem brinca com o fogo faz xixi na cama", dizia-me a minha avó quando eu - em miúda - adorava mexericar no lume e nas brasas, à lareira. Agora percebo-a. Quem brinca com o fogo faz xixi na cama, que é como quem diz, quem esgravata onde não deve, decepciona-se, magoa-se ou, em bom vernáculo, fode-se todo/a. Posto isto... será que a esta hora, nalgum Extra desta cidade, consigo arranjar um pacote de Lindor Anatómica? M.
O que é que faz com que, numa rua de Lisboa, os números das portas estejam salteados passando do nº 4 para o nº 49 e existam duas portas com o nº 3?! Onde é que param as 45 portas de diferença? M.
...é a conta que Deus fez.
Três meses. Hoje. E a posição é esta. Parece-me a final, com grande (mesmo grande!) pena minha...
M.
... que o Fado foi cantado!
A relva ali pelas redondezas da Torre de Belém estava cheia com gente de todas as formas e cores e alturas e pesos e idades. O espectáculo foi eclético com o fado a ser tocado também por Bernardo Sassetti e pela Sinfonietta de Lisboa.
Carlos do Carmo continua a cantar como há 20 anos atrás. Camané também é audível. A Eunice Muñoz... já teve melhores dias.
M.