Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

26.9.06

Desculpem!?

De visita (indesejada) ao Centro de Saúde de Sete Rios à hora do SAP, assisti à cena que validou as frases-feitas por Velhos do Restelo do país.
Passados segundos depois de mãe e filha-de-aí-uns-7-anos-não-sei-com-que-maleita terem entrado na consulta, a médica saiu porta fora e estabeleceu a conversa com a senhora do guiché (e sempre simpáticas e cheias de boa vontade que elas são...):
- Não há uma laterna?! Precio de uma lanterna.
- Não doutora. Não há lanternas.
- Mas não há ninguém que tenha uma lanterna ou um (qualquer-coisa-que-não-esteto)scópio?
- Não. O centro não tem. Já se pediu para comprar, mas...
- Então e agora como é que é suposto eu examinar a criança?!
Na sala de espera, quem estava - mesmo doente - esboçou um sorriso meio incrédulo, em jeito de aceno indignado de cabeça.
Será possível?
M.