Estória
"... Ao abrirmos a porta não estavamos certos de nada, mas ainda assim o que o corpo nos ditava parecia infinitamente maior do que o razoável. Havia qualquer coisa que nos impelia um para o outro; as mãos não conseguiam sentir-se longe, os dedos brincavam entre si, os olhos catrapiscavam-se numa espécie de "toca e foge" e a boca ditava sussurros audazes. O entusiasmo da pele (a par, perto e longe demais) e dos corpos ao tocarem-se a primeira vez, foi mágico e cheio de todos os sentidos. Naquele momento, a vontade em cada movimento e em cada toque entranhava-se em tudo o que nos rodeava. Tu, ciente do constrangimento dos primeiros olhares, aninhaste-me nos teus braços, numa cumplicidade conquistada e crescente. Nas horas seguintes agarrei o arco-íris, choveram papelotes e ouvi 1000 bandas em frenesim... Tu sabias-me ao algodão doce em dias de feira-popular. Já na tranquilidade de ti voltou-me um laivo de racionalidade; achei que devia sair subtilmente, guardar apenas as memórias boas e não permitir que houvesse más. Mas foi o teu sorriso que me impediu de partir...". M.

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