Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

29.9.05

Adoráveis Criancinhas!

Hoje, durante a minha ida matinal à padaria (não há nada que chegue a um pequeno-almoço com pão fresquinho) assisti a uma cena entre mãe e filho que me fez lembrar uma história a que a P. tinha assistido e que contava com muita piada na altura da faculdade. As personagens principais eram uma mãe impaciente e um filho travesso.
A mãe impaciente tentava, em início do mês (que é como quem diz, ela + 1000 pessoas), comprar o passe enquanto o filho travesso (como grande parte das crianças pequenas, a dada altura) pulava por ali em volta do quiosque e da fila ENORME de gente, enquanto fazia traquinices. A mãe impaciente dava-lhe responsos e pedia-lhe para estar sossegado, enquanto o puxava pelos braços para ao pé de si.
Às tantas, cansado das descomposturas e da falta de paciência da senhora, o filho travesso começou a olhá-la com um ar ameaçador e a dizer (ler com sotaque de criança de 8 anos traquininha!): "Olha que eu conto!". A mãe impaciente continuou com os ralhetes, ao que o miúdo ía ripostando até ter chegado ao limite da sua paciência e ter dito alto e bom som para quem quis ouvir: "Olha!!! Olha que eu conto! Olha que eu conto a toda a gente que ontem te vi a pôr a pila do pai na boca!!!". A fila riu em massa, a mãe impaciente que nesse momento era também envergonhada pegou no seu filho travesso e seguiu o seu caminho sem comprar o passe.
Ah! As adoráveis criancinhas!!!
Kisses, M.