Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

23.3.06

Gosto

Gosto deste senhor. Gosto dos maravilhosos olhos de mar que tem, da voz meio enrouquecida, do cabelo grisalho, do sorriso. Gosto deste Chico que canta as mulheres, os amigos, as revoluções e os sentimentos nas entrelinhas de cada letra, de cada música.
Gosto por isso de saber que estão à venda três DVD's com o melhor dos mundos de Chico Buarque. E na minha cabeça há uma vozinha a sussurar-me "tens que comprar. Tens que comprar. Tens que comprar. Tens que comprar...". E são tão elegantes.
Tenho que comprar.
Fica uma letra que já postei aqui noutra altura, de uma das minhas (muitas) favoritas:
"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não mal-disse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar.
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços com há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz..."

Valsinha - by Chico Buarque / Vinícius de Morais

M.