Caminhos
Entrei no carro e liguei a sofagem de modo a que o ar quente me batesse nos dedos, gelados pelos 5ºC que faziam lá fora. Pus-me em marcha e lá fui. No percurso pensei em todos os caminhos que conheço e que não quero esquecer; todos os que vão dar a portos de abrigo onde me sinto como numa redoma.
Segui pela cidade que me enche e pelo caminho que sei de cor; conheço-lhe as curvas, a paisagem, os semáforos. Vermelho. Fechei os olhos e imaginei o que faltava para chegar, como quem se dirige ao fim do arco-íris porque sabe que lá existe alguma coisa preciosa.
Ao virar na última curva, avistei-te a porta. Estacionei, toquei e subi. À minha espera tinha os teus braços de seda em forma de pele. Abraçaste-me.
E lá estava o arco-íris...
M.
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