É a droga é...
Há dias em que não me apetece escrever; ou digo que é uma questão de "apetites" quando me apercebo que, na verdade, não escrevo é a pontadumcorno. E fico em modus prostradus. Nestas alturas vou ao dicionário e ensino-me uma data de palavras novas que muito provavelmente usarei num post a estrear brevemente neste blog perto de si. E começo a disparatar, como na frase anterior. Ponho o cérebro a trabalhar devagarinho, devagarinho... pouca-terra, pouca-terra... Exijo-lhe ideias de génio que me façam distrair do que mais tenho vontade de pensar. E peço ajuda. Faço-me lembrar a Alice no Armário, a gritar por ajuda no meio dos sobressaltos do país que deveria ser das maravilhas: "Aliceeeeeeeeeeeeeeeeeeee, ai, Alice, ajuda! Ajuuuuuudaaaa!!! Aiiiiiiii! Dá-me a mão! alice, dá-me a mão. Nãoooooooo...". :) E digo que serei firme. Não consigo. Não consigo. Falo de mim para mim durante tempos; conto-me o que direi, como agirei, o que farei. E fantasio muito, muito. Depois, fico com sono e sigo a enroscar-me no algodão branco tecido a que chamo lençol. Mas com colcha, que agora as noites têm arrefecido. À cautela, tomo os medicamentos. :):):):) E não há como ter um pequeno acesso de loucura sã. Nada como ter a capacidade de sabermos rir-nos de nós mesmos...
Poema sobre a recusa
"Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda."
Maria Teresa Horta
M.
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