Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

1.3.06

Inocência Feliz...

... era a que eu tinha aos 13 anos, sempre que o correio me trazia para mais perto o que eu achava ser a minha felicidade. No fundo era; naquela altura.
E ali, na fase em que o primeiro amor era a personagem principal das histórias que eu imaginava, em 1/2 dúzia de linhas cheias de uma caligrafia terrível e deliciosamente feia vinha a alegria daqueles meus momentos; relatos completos dos dias de quem eu queria que estivesse mais perto. Nas entrelinhas, vinham também a partilha, a cumplicidade; as promessas e as palavras que eu queria ler. Era tudo à séria: cobranças, justificações, planos para um futuro que estava ainda tão longe.
Eu sentia-me a pessoa querida, desejada e insubstituível que sempre quis sentir ser e era tudo vivido com a intensidade própria da idade. Numa inocência feliz...
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz
M.