E Depois de Nós?
Este blog sou eu. Ou melhor, é a parte de mim que só consigo ser em pensamento. Algumas vezes, pelo menos. "De maneiras que" é assim uma mescla de verdade e fantasia; mas não deixa de ser um reflexo de mim e isso tem sido uma pedra no sapato por estes dias. Quando o comecei, apenas uma ou duas pessoas, das minhas, vinha aqui ler o que escrevo. E com elas estou à vontade para ser o turbilhão (ai que nervos!) de inseguranças e sentimentos e parvoíces e ideias e defeitos e medos e qualidades que dizem que sou (e que se calhar é verdade...), sem me sentir envergonhada ou altamente pateta. Quer dizer, ao pé delas também me sinto uma grandecíssima besta. A diferença é que sei que, ainda assim, continuam a estar por perto. Ultimamente foram chegando outras pessoas, novas, que ainda não são (nem sei se alguma vez serão) minhas mas que já conhecem as duas faces da moeda - eu blog e eu pessoa - e cuja perspicácia não posso (nem o faço!) menosprezar. Pessoas que me lêem nas entrelinhas. Isto constrange-me; e coíbe-me a escrita. Tenho andado muito introspectiva (deve ser a proximidade dos redondos 30) e noto que tem havido um refreio na escrita de sentimentos que é costumeira por aqui. E sei que isso não me agrada por aí além. Hoje acordei (fui acordada, a bem da verdade...) com estes versos a cirandar em roda, de mãos dadas, dentro da cabeça:
"Quis saber quem sou, o que faço aqui.Quem me abandonou, de quem me esqueci....Eu te lembro assim, partir é morrer.Como amar, é ganhar e perder....Teu lugar a mais.Tua ausência em mim.Tua paz, que perdi;minha dor, que aprendi...E depois do amor?E depois de nós?O adeus.O ficarmos sós."
Excerto de E Depois do Adeus - Paulo de Carvalho
Há letras do camandro...
M.
PS - Parabéns Príncipe. Não da Beira, mas da "Inbicta"! ;o)
<< Home