São de Nada
Nesta minha existência de gente grande, o vazio torna-se complicado de preencher. Há muito espaço livre. E tempo também.
No escuro, quando os olhos se fecham, esse tempo teima em ser ainda maior. Nunca lhe vejo o fim; quando chega, já estou embalada. E mesmo antes de adormecer, no escuro alguma coisa me sussurra em jeito de lenga-lenga:
"São de nada
Tempestades
Ante a falta
Que me fazes"
David Mourão-Ferreira
M.
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