Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

21.4.06

After Hours

Depois de um after hours no trabalho, estou FINALMENTE de férias.
Saw II foi o filme eleito para hoje. Confesso que a cena das agulhas é um dos meus piores pesadelos mas ainda assim, pessoalmente, gostei mais do I: mais perturbador, o suspense sempre em grande...
A pequena discussão que se seguiu não deixou de ser interessante.
Tenho ouvido, já não é de hoje, que o tempo que vai percorrendo os relacionamentos transforma o ímpeto e o desejo inicial de estar sempre perto do cheiro, do toque e do corpo do outro e dá lugar ao comodismo. Mas será verdadeiro esse papel que os homens atribuem às mulheres (generalizando, claro) de românticas inveteradas para quem o sexo não assume a mesma importância?
A ser verdade, se os homens esperam que as mulheres percebam e de alguma forma respeitem a facilidade que têm em destrinçar sexo de amor (generalizando também o conceito de amor), não podem também as mulheres esperar que eles entendam e respeitem a facilidade que elas têm em associá-los? E quem é que disse que para as mulheres amor é mais importante que sexo ou vice-versa? Não podem assumir ambos um papel relevante? É que amor sem bom sexo também não é a equação perfeita para um relacionamento de sucesso garantido.
Por outro lado, também me apercebo que os homens se queixam de alguma falta de iniciativa, de ausência de novidade mas também sei que os há, aqueles que se vêem a realizar as suas fantasias mais arrojadas fora da relação por atribuirem às mulheres com quem se relacionam oficialmente (?!) um papel puritano. Porque "há coisas que não se fazem com a nossa mulher...".
O que continuo a achar no meio disto tudo é que um relacionamento dá trabalho, um trabalho ao qual as pessoas não estão para se dar.
Afinal, em que é que ficamos?
M.