Histórias

"(...) O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela. Enquanto me desconheci ridículo, pude ter sonhos em grande escala. Hoje que sei quem sou, só me restam os sonhos que delibero ter. (...)" - Fernando Pessoa

31.8.06

Assim

Fiquei assim, não sei bem como. Assim e pronto.
Fechei os olhos enquanto os meus ouvidos ressacados se drogavam com overdoses da tua voz que é em forma de mãos. O silêncio veio interromper-te e a mim o prazer. Depois uma qualquer vontade que não se percebe voltou a trazer-te. E ficaste mais perto mesmo que longe. E continuaste. Continuámos. O silêncio outra vez. Não queremos. Não quero. As palavras fogem-me para ir ao teu encontro. Perdem-se de mim por instantes, mas voltam sempre. E o riso. Sempre sempre o riso. O teu. Como um encanto de sentidos.
Não sei bem como, fiquei assim. Pronto. Assim.
Sweet Old 80's
Music Video Codes by VideoCure.com
"Oh - thinkin' about all our younger years
There was only you and me
We were young and wild and free
Now nothin' can take you away from me
We've been down that road before
But that's over now
You keep me comin' back for more

Baby you're all that I want
When you're lyin' here in my arms
I'm findin' it hard to believe
We're in heaven
And love is all that I need
And I found it there in your heart
It isn't too hard to see
We're in heaven

Oh - once in your life you find someone
Who will turn your world around
Bring you up when you're feelin' down
Ya - nothin' could change what you mean to me
Oh there's lots that I could say
But just hold me now
Cause our love will light the way

I've bin waitin' for so long
For somethin' to arrive
For love to come along
Now our dreams are comin' true
Through the good times and the bad
Ya - I'll be standin' there by you"
M.

30.8.06

Don't Explain

"Hush now, don't explain
Just say you'll remain
Unless you're mad, don't explain
My love, don't explain

What is there to gain
Skip that lipstick
Don't explain

You know that I love you
And what loving does
All my thoughts are real
For I'm so completely yours

Try to hear folks chatter
And I know you cheat
Right or wrong, don't matter
When you're with me, sweet

Hush now, don't explain
You're my love and pain
My life's your love
Don't explain..."

Don't Explain - Nina Simone
Porque chorar continua a ser o meu melhor purgante...
M.

29.8.06

Lembram-se...

... dos Mler Ife Dada?

M.

28.8.06

Porque é que gosto de Ary dos Santos

Por isto:
"Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.
Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo
Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor."
Os Putos
No próximo Sábado na Torre de São Vicente (que hoje apetece-me ter manias!) Carlos do Carmo e Camané actuam ao vivo e de borla para quem quiser ouvir fado no seu melhor, tendo o tejo como pano de fundo. Infos aqui: http://www.lisboacultural.pt/cgi-bin/lxcultural/M0002502.html
O jantar trouxe-me pessoas das minhas. Das outras, trago as saudades gigantes. Parabéns querida Gi.
M.

27.8.06

Private Post IV

Gosto de te ouvir a rir, gosto mesmo. Só que não sei explicar porquê.
M.

26.8.06

Tenho dito!

Às voltas com as palavras...
Tesão - do Lat. tensione, acto de esticar. (Entre outras) ímpeto;
Ímpeto - do Lat. impetu. (Entre outras) arrebatamento; força intensa; agitação;
Arrebatamento - do acto de arrebatar. (Entre outras) excitação; impulso; êxtase; enlevo;
Êxtase - do Lat. extase <>ékstasis, mudança de estado. (Entre outras) estado emocional, com estreitamento do campo de consciência, em torno de uma representação ou ideia de conteúdo amoroso ou místico;
Tenho dito!
E Freud explica, concerteza...
M.

25.8.06

Amor vs Sexo vs Amor vs Sexo

Nem de propóstio... Veio a dar no rádio do carro, enquanto voltava para casa. Truchas, em cheio!
"Amor é um livro - Sexo é esporte
Sexo é escolha - Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela - Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa - Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão - Sexo é pagão
Amor é latifúndio - Sexo é invasão
Amor é divino - Sexo é animal
Amor é bossa nova - Sexo é carnaval
Amor é para sempre - Sexo também
Sexo é do bom - Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora..."
Amor e Sexo - Rita Lee
Este post está em modus repetidus, mas incomodam-me os juízos de valor precipitados, em particular quando quem tem telhados de vidro, não atira pedras...
M.

24.8.06

Jigsaw

M.

23.8.06

A Gaivota Assassina

Sempre que olho para os pés do meu irmão, lembro-me daquela vez na praia em que estávamos os dois sentados dentro de uma "gaivota" e ele começou a arreliar-me. Depois, começou a dar aos pedais para um lado e eu, com um ataque de fúrias de quem nunca gostou de ser contrariada, comecei a dar aos pedais violentamente para o lado contrário.
Resultado: arranquei-lhe a unha do dedo grande do pé direito.
Nunca mais foi a mesma.
E eu, também não...
M.

22.8.06

Cada Um...

Hoje assisti a uma queda aparatosa, mas daquelas que inevitavelmente nos levam às lágrimas de tanto rir.
E lembrei-me.
Uma vez, numa tarde de férias de Verão em Rio Maior, estávamos um bando de catraios em plena Praça da República quando um senhor todo posto por ordem, de maleta de negócios na mão, ia a descer as escadas de entrada para um banco. Eis senão quando o homem se enrolou nos próprios pés e desceu as escadas todas de uma só vez; ele para um lado e a maleta para o outro.
Não conseguimos controlar-nos e rimos como se o mundo estivesse a acabar. Rimos mesmo quando um de nós lhe perguntou se estava bem e precisava de ajuda. Rimos até o abdómen pedir por todos os santinhos que parássemos.
O senhor tão depressa quanto caiu levantou-se, pegou na maleta e, depois de olhar para nós com um ar indignado, soltou o desabafo:
"Ah ah ah uma merda! Cada um desce as escadas da maneira que quer!!!"
E foi a gargalhada geral ainda com mais vontade!
Que homem castiço.
M.

21.8.06

Dois Mundos

Este blog encerra temporariamente (até amanhã) por overdose de adrenalina dos seus intervenientes.
"Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar
Só por ter dois sóis
Só por hesitar
Fiz a cama na encruzilhada
E chamei casa a esse lugar
E anda sempre alguém por lá
Junto à tempestade
Onde os pés não têm chão
E as mãos perdem a razão
Só por inventar
Só por destruir
Tenho as chaves do céu e do inferno
E deixo o tempo decidir
E anda sempre alguém por lá
Junto à tempestade
Onde os pés não têm chão
E as mãos perdem a razão
Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar
Eu sei que nenhuma vai ganhar"
Só - Jorge Palma
M.
PS - Minha querida E., minha amiguinha, miss u very much. Happy 31st.

20.8.06

Desejos

Esta noite, durante o sono, vou até Viena encher-me de Sacher Torte.

Huuummmm!!!!
M.

19.8.06

Quebra-Cabeças

3 horas!!! 3 horas a montar 1 mesa do IKEA com 201 peças, incluindo parafusos, chave sextavada, buchas de madeira, etc.
Juntando a isso a montagem de 2 bancos com 7 peças cada um (fora parafusos, blá, blá, blá...), tenho as mãos feitas num molho de brócolos. Para o polegar houve bónus: uma bolha enorme, gigante, tão grande mas tão grande que quase não tenho sensibilidade no dedo! (Hum, talvez um bocadinho menos do que isso...).
A mesa, essa, está de pé!!!
M.

18.8.06

Cenário (Quase) Irreal

De ferro em punho, a dar veementemente cabo de uma meda de roupa, enquanto se cantarola "não tenho nada, mas tenho tenho tudo. Sou rica em sonhos, mas pobre pobre em ouro...".
Ah pois é, bebé!
M.

17.8.06

É a droga é...

Há dias em que não me apetece escrever; ou digo que é uma questão de "apetites" quando me apercebo que, na verdade, não escrevo é a pontadumcorno.
E fico em modus prostradus.
Nestas alturas vou ao dicionário e ensino-me uma data de palavras novas que muito provavelmente usarei num post a estrear brevemente neste blog perto de si.
E começo a disparatar, como na frase anterior.
Ponho o cérebro a trabalhar devagarinho, devagarinho... pouca-terra, pouca-terra... Exijo-lhe ideias de génio que me façam distrair do que mais tenho vontade de pensar.
E peço ajuda.
Faço-me lembrar a Alice no Armário, a gritar por ajuda no meio dos sobressaltos do país que deveria ser das maravilhas: "Aliceeeeeeeeeeeeeeeeeeee, ai, Alice, ajuda! Ajuuuuuudaaaa!!! Aiiiiiiii! Dá-me a mão! alice, dá-me a mão. Nãoooooooo...". :)
E digo que serei firme.
Não consigo. Não consigo. Falo de mim para mim durante tempos; conto-me o que direi, como agirei, o que farei.
E fantasio muito, muito.
Depois, fico com sono e sigo a enroscar-me no algodão branco tecido a que chamo lençol. Mas com colcha, que agora as noites têm arrefecido. À cautela, tomo os medicamentos. :):):):)
E não há como ter um pequeno acesso de loucura sã.
Nada como ter a capacidade de sabermos rir-nos de nós mesmos...
Poema sobre a recusa
"Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda."
Maria Teresa Horta
M.

16.8.06

Regressada

Estou regressada de um fim-de-semana cheio de coisas, de sentimentos que me enchem, como já vem sendo hábito.
Sou muito festeira. Esta coisa do que me traz viva corre-nos nas veias. É genético e incontornável. Dá na vertente feminina e masculina da família; uma família de artistas, dançarinos, tocadores de música. Contadores de histórias, divertidos e com sede de vida.
Depois a terra traz-me as memórias olfactivas que ninguém pode roubar-me. São minhas e enchem-me de saudades. Como diria o poeta, quando lá estou sou toda sentidos.
A aldeia está diferente; algumas coisas modernas já lhe chegaram. Ferreira está agora a 10 minutos de carro, a par tão perto e tão longe de mim; mais perto do que há muito não estava mas tão mais longe do que eu gostaria.
Seja como fôr, retomei-lhe o gosto.
E vou voltar.
"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz."

Alberto Caeiro
M.

11.8.06

Zarpar

Zarpo hoje até terras do Ribatejo. 4 Dias de mimos a rodos e, muito provavelmente, uma queda livre de vários metros de altitude.
O pára-quedas já está na mala...

"O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador..."
Excerto d'O Barco vai de Saída - Fausto
M.

10.8.06

Giros giros...

... são os novos outdoors de Verão da Super Bock.

Parabéns ao(s) criativo(s).

M.

9.8.06

Desintegração

Só pode ter sido sob dias de calor como os que têm estado que Dalí pintou os quadros relacionados com a persistência da memória.

A desintegração da persistência da memória - Dalí

Para além de neste momento as minhas memórias serem persistentes, com o calor que está sinto-me absolutamente a desintegrar a cada gotinha de suor. Ai que irritação!
O que salvou o meu dia foi saber que o Duarte já cá está, apesar de adiantado 1 mês e 1/2. A mamã C. teve que fazer cesariana mas no fim valeu tudo a pena. Ambos estão bem. Parabéns aos papis.
M.

8.8.06

Rumo

Não sei muito bem em que ponto me encontro neste momento.
"Porquê o inferno se podemos ter o céu?", ouvi há tempos.
Se preciso fôr, rio e choro pelo mesmo motivo.
Opino e contraponho-me. Baralho-me. Digo que façiaconteço e não faço coisa nenhuma. Dou voltas na cama. Decido-me agora assim, daqui a pouco decido assado.
Quando quero muito, o medo invade-me de mãos dadas com a insegurança. Quando me minto e digo que não quero, o medo invade-me de mãos dadas com a insegurança.
Estou um bocadinho perdida.
Alguém me arranja um mapa?
"Só hoje senti
que o rumo a seguir
levava p'ra longe.
Senti que este chão
já não tinha espaço
p'ra tudo o que foge.
Não sei o motivo p'ra ir
só sei que não posso ficar;
Não sei o que vem a seguir
mas quero procurar..."
Um Pouco de Céu - Mafalda Veiga
M.

7.8.06

Complicações

Eu que até sou uma pessoa complicadinha por natureza, não consigo perceber porque é que há pessoas que complicam certas coisas que a mim me parecem tão simples.
E custa-me e consome-me. Só porque eu deixo, é certo, mas arrelia-me...
É só desligar o complicómetro, como diria mon cher BV.
M.
P.S. - Obrigada meninos/as pelos presentes.

6.8.06

Passagem

"A ponte é uma passagem, para a outra margem"
, já dizia o outro.
Durante alguns anos, a 25 de Abril foi para mim apenas uma passagem para a praia; Figueirinha, Galápos, Portinho da Arrábida. Vila Real de Sto. António, Tavira, Manta Rota...
Hoje em dia representa uma passagem para muito mais do que apenas quilómetros de areia e mar salgado. Às vezes leva-me a uma paz de espírito (mesmo que momentânea) que tenho como sendo certa, segura.
Foi inaugurada há 40 anos.
M.
PS - Parabéns Anocas.

5.8.06

Estados de Espírito

Sou de humores, é um facto. Sofro assim de uma espécie de bipolariadade sem gravidade. :o)
Os meus estados de espírito às vezes têm nomes; nomes sonantes daqueles que nos deixam o peito cheio de frenesim sempre que os dizemos.
é um dos mais importantes e põe-me a funcionar em modo bom.
M.

4.8.06

Eis-me

"Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente"
Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto (1962)
M.

3.8.06

Phobias

Confesso aqui publicamente uma das minhas maiores fobias: agulhas.
Sim, apontem-me uma agulha à cabeça e têm de mim o que querem.
Vou tirar sangue como quem vai tirar o pai da forca; das vezes que fico doente, opto pela cura demorada via litros de xarope em vez de pelas rápidas melhoras de uma injecção de penincilina. Socorro!!! Só de pensar e escrever tenho as peles em carne viva...
Só uso agulhas para coser ou bordar. Tudo o que saia fora desta rotina é pesadelo.
Não fosse o real e cabalmente estúpido pavor que tenho delas, fazia uma tatuagem...
M.

2.8.06

Dos 40?!?!

Teatro Mundial - 21h45
Crise dos 40
Um texto engraçadote mas uma má interpretação, parece-me... V
aleu pela companhia. Obrigada.
M.

1.8.06

Morreste-me

Assim se têm feito as minhas noites agitadas por sonos mal dormidos.
Tenho tido por companhia o José Luís Peixoto.

Tão bonito.
Obrigada querido PEC. "Gosti" muito. Já sabes! :o)
Em Agosto toda a fruta tem seu gosto
M.